De acordo com a Journal of Clinical Sleep Medicine (JCSM), estima-se que até 30% dos adultos brasileiros apresentem apneia obstrutiva do sono.um distúrbio que pode comprometer não apenas a qualidade do descanso, mas também a saúde e o bem-estar.
Você sabia que alterações no desenvolvimento dos maxilares podem estar diretamente envolvidas nesse cenário? Pacientes com o maxilar retraido e queixo projetado (prognatismo), ou mandíbula retraída (retrognatismo) podem ter a via aérea restringida durante o sono, o que favorece o surgimento ou o agravamento da apneia obstrutiva.
Como os maxilares influenciam o sono
A posição dos maxilares interfere diretamente no espaço da via aérea superior. Quando esse espaço é reduzido, o fluxo de ar fica comprometido, podendo ocasionar:
- Dificuldade para dormir.
- Ronco frequente e intenso.
- Apneia obstrutiva do sono (pausas na respiração durante a noite).
- Sono fragmentado.
- Fadiga e sonolência diurna.
- Dores de cabeça ao acordar.
- Irritabilidade e dificuldade de concentração.
Diagnóstico Integrado e Multidisciplinar
O diagnóstico correto exige integração entre diferentes especialidades:
- Profissionais especializados em medicina do sono realizam exames como a polissonografia.
- Ortodontistas e cirurgiões bucomaxilofaciais avaliam a posição dos maxilares e da mordida.
- Fonoaudiólogos e fisioterapeutas podem auxiliar no fortalecimento muscular e na melhora da função respiratória.
Tratamentos recomendados
O tratamento ideal depende da gravidade do distúrbio e das características de cada caso.
Algumas das opções incluem:
Aparelhos intraorais
Dispositivos personalizados que reposicionam a mandíbula durante o sono, aumentando o espaço da via aérea e facilitando a respiração. São indicados para casos leves a moderados.
Mudanças de hábitos
Manter hábitos saudáveis pode reduzir significativamente os sintomas. Isso inclui controlar o peso, evitar o consumo de álcool e tabaco e ajustar a posição ao dormir que favorece a passagem do ar.
Uso do CPAP
O CPAP (Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas) é um equipamento indicado para casos moderados a graves de apneia, garantindo um fluxo de ar constante e prevenindo as pausas respiratórias durante a noite.
Cirurgia ortognática
Quando a alteração óssea é significativa, a cirurgia ortognática é o tratamento mais eficaz. O procedimento reposiciona os maxilares e amplia o espaço da via aérea, favorecendo uma respiração mais eficiente durante o sono. Com o auxílio de técnicas modernas de planejamento digital 3D, é possível prever os resultados com precisão, proporcionando maior segurança e recuperação acelerada.
Considerações finais
Os maxilares, portanto, desempenham um papel essencial na saúde respiratória e no bemestar geral. Alterações na sua posição podem impactar diretamente a qualidade do sono, a respiração e a disposição durante o dia. Por tanto, o diagnóstico e o tratamento adequado exigem uma abordagem multidisciplinar, envolvendo profissionais como médicos do sono, cirurgiões bucomaxilofaciais, ortodontistas e entre outros especialistas.
Com avaliação assertiva, planejamento personalizado e integração entre diferentes áreas da saúde, é possível alcançar não apenas melhora funcional, mas também ganhos estéticos e de qualidade de vida.
Fonte: Journal of Clinical Sleep Medicine — Estudo sobre apneia obstrutiva do sono, 2024.